Monça

Mas que fui, xunpuda. Tudo ou nada.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Longe é ir sem dúvidas e ficar quieto quando ouvem

Para que tua ambição seja equivalente a uma determinada demanda, você tem que fazer o que uma sopa fria faria no rosto de uma vadia, ou seja, delatando as imprudentes peripécias de questões absurdas.

Para que tua serenidade não seja ofuscada por sapos, elefantes, hienas e macacas magricelas, você deve antes de tudo ficar quieto sem no entanto deixar de pensar que é melhor, que é deus, que é supremo e feliz quando embriagado de velhos conceitos.

Para que a estupidez não te dilacere os rins, cuspa em teu umbigo os fétidos clarões de tua alma. Não perturbe teu ocaso com pés apodrecidos que vagam acorrentados num céu de meio-dia. Não ouse usufruir de uma meiga tanajura sem asas. Solte os pássaros de tuas caixas sub-aquáticas. Explore os milímetros da profundidade de teu olhar.

Para que seus olhos avermelhem-se afogueados de paixão, é preciso que você entenda o que diz a sola de seus pés quando caminha para o batente da porta do céu. Suba e diga ao elefante, teu amigo, que tuas audácias superaram a água que jorra de sua tromba no deserto.

Para ir longe, muito longe mesmo, vá com os pés descalços. Tome sopa fria em pratos de prata, talheres de borracha e mesas aéreas. Sente-se numa antena parabólica e tussa no ar. Não desespere suas mãos com olhos murchos. Não apalpe sua genitália com pés frios. Morra e vá longe, mas vá!

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