Negativa feia, asquerosa, indecente, cuspida. Velha suja, imunda, horrorosa. Traste inútil, deficiente. Verme, lixo, doença maligna. Asco divino!
Que bênção tê-la!
Posso pendurar uma luminária em chão vermelho. Posso abrir uma ventania e reparti-la sobre a mesa de pernas movediças para que um pé curto esmague pintos incandescentes. Posso até cheirar o barro das panelas. Posso tudo contigo, velha negativa!
Lembra do ócio? Lembra o ofício? Lembra da dor?
Vou agora cantar sobre almofadas úmidas e gemer enquanto comando uma carruagem ao leste, puta negativa! Vou beijar tuas feridas vazadas, sujas e cheias de vermes pretos enquanto almoço as secreções que caem a todo instante de teu nariz oleoso e me embriago com teu álcool e embriago a teu sangue com minhas palavras. Palavras e frases sobre articulações e defesas. E ataques. E defesas. E tu, velha podre, não sabe a origem do mal que te alucina quando geme sob porcos amaldiçoados que não sabem a origem do mal que alucinam a si próprios.
Quero que sinta o endurecimento de minhas artérias enquanto deitada ébria em meu próprio leito chupe minhas narinas. Quero que sangre como uma vaca sob as nuvens de outubro, como uma unha sob martelos e como vaginas virgens sob falos inúteis. Porcos te devoram as entranhas, bebem tua água, lambem teu vômito, ejaculam atônitos sem te conhecer, suja e imunda carniça nojenta. Podre como a própria água que bebes. Definhas enquanto grito ao teu sangue. Derrubo leite sobre tua mesa e seus gatos a desprezam. E tu, velha horrível, sobe em telhados de pétalas aloiradas para que porcos chafurdem em tua alma. Asco tenho de ti, mas faz-me um bem enorme enquanto vacinas teus porcos.
Vá só, longe andando, só. Deixe que velhos gordos, doentes e traiçoeiros paguem com outras rezas as tuas dívidas. Eleve teu pensamento, queime no inferno se for o caso, mas vá só, sem lembranças, sem angústias, sem mensagens em garrafas nos oceanos ao sul.
Exercício de loucura casualmente metafórico. Abstração* verbal. Sintoma hemorrágico em mentes chafurdadas. *Operação intelectual por meio da qual se separam, apenas no pensamento, elementos ou aspectos de uma totalidade que não podem subsistir isoladamente.
Monça
Mas que fui, xunpuda. Tudo ou nada.
-
Certa de que tocava, a mão da morena entrou como uma pata em cordas toscas, ajoelhou sobre a barriga de um violão logo depois que sangrou pe...
-
Negativa feia, asquerosa, indecente, cuspida. Velha suja, imunda, horrorosa. Traste inútil, deficiente. Verme, lixo, doença maligna. Asco ...
-
Aulas de loucura. Cuspes em minha genitália florida. Toscos pés lambidos por seu fétido irmão. És soberano sobre machos inteligentes e sen...
-
Deleitando meias loucas em pés únicos, desci melancólico por entre as roseiras renitentes enquanto um atordoado físico nuclear remava por en...
-
Estava eu sentado sobre uma parede de pregos, quando vi um pássaro quente cantar pra dentro. Olhei aquilo que saía debaixo de suas asas e, j...
-
Girafas, pernilongos, tamanduás e bailarinas ociosas permanecem a rodopiar sobre uma lata de soberbas águas doces. Deito as belezas em sem...
-
Para que tua ambição seja equivalente a uma determinada demanda, você tem que fazer o que uma sopa fria faria no rosto de uma vadia, ou seja...
-
Querendo ou não ser uma coisa como outra coisa, definhou um parafuso em contagens de porcas, arruelas e manifestações espasmódicas. Foi en...
-
Outro dia, parecendo assim que os gatos atravessariam o oceano, tive no ocaso da minha pia que chamava os lastros para quedarem quietos enqu...
-
Tenho que levantar daqui para que você vá longe, ande, cante, grite e volte a deitar, caído, morto. Desande logo tua alma, para que as bar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário